sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Que passa, o que. Não passa. Eu mudo, meu playlist muda, meu cabelo muda, já to na faculdade e não passou. Desde então, já tentei ser descolada, desiludida, boêmia, lésbica, assexuada e nada. Ele fica. (Ele) dói.
É que quando nosso mundo brilha, pára e os planetas se alinham, a gente já sabe: é amor. Quem nunca sentiu, reconhece. Quem acha já ter sentido, se desengana. Então Deus se ri, daquela risada escancarada, desce e põe na nossa certidão: “de amor”. Ou marca com um coração o quadradinho de “razão da existência”, coisas assim. Ele faz de tudo: pinta nome em arco-íris, joga a pessoa no nosso primeiro pensamento da manhã e a gente pensa: ta tudo acertado. A gente pensa? A gente é feliz sem pensar.
Resultado: amor por tardes chuvosas de sexta, por domingos inacabáveis, por varandas estreladas, por coquetéis chatíssimos (com ótimos esconderijos), por ‘bom-dia’, por beijo de ‘boa-noite’, por violão, por chafariz, por Paris, por qualquer lugar com a pessoa, por qualquer lugar onde ela tenha passado, por qualquer referência a pessoa; por saber que ela existe – e com ela, existir também.
Calha da gente renascer, e aí sim pode-se não amar ou até mesmo amar de novo – e fênix que somos, arriscaremos serem familiares os sinais – sorte de quem guarda forças na alma pra se reconstruir em migalhas de desamor.
E é por isso, é por isso que se deve morrer de amor demais. Porque não passa. Porque é pra sempre. Então quem sabe numa nova primavera, ou quem sabe nosso amor também não brinca de renascer e nos aviva outra vez...

2 comentários:

  1. Já tentei lançar um manifesto por uma outra primavera, mas não deu certo, nem nunca dará certo. As primaveras vão e vêm, mas sem avisar. Naquele formato que a gente bem conhece: "Vc acorda cedinho e lá está uma florzinha, em nossa frente, em nosso pensamento ou até mesmo em nossa cama."

    ResponderExcluir
  2. É como tocar um mesmo violão e nele compor uma nova canção...

    ResponderExcluir