terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mentiras sinceras (sempre) me interessam

Eu sei que você já beijou garotos

Já dormiu na sarjeta suja
Já foi egoísta, instintivo
Cruel, subversivo
Nocivo à sociedade.
É verdade.
Mas é você querendo
É você podendo se sabotar
E pronto: eu acredito nas suas mentiras –
Nem é preciso disfarçar.
Te quero mesmo humano
Não me poupe amoralidades
E - por favor - não me poupe do clichê.
E assim a gente vai revezando:
Quando eu disser que te amo,
Você diz “eu amo você”.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Partida e sem porto seguro, é mais ou menos assim que a gente se sente no meio da estrada, depois de uns 2 ou 3 amores que caíram do céu feito pingo em poça d’água, e lá ficaram: armadilhas pros meus pés descalços, cheios de calos secos.


Partidas que não se superam, porque eu cansei de ir embora. Cansei de renovações, socos no estômago, dilúvios cerebrais, tempestades emocionais e textos técnicos.

Cansei do equilíbrio, da independência (a minha, a do Brasil, a do mundo), da paz. Cansei de tudo que dá trabalho. Cansei de trabalhar para ansiar pelo descanso.

Vou cancelar a terapia pra tomar banho de cachoeira todos os dias. Quando eu cansar de ser limpa, vou tomar um porre. Vou morar dentro do meu próprio abandono, me aquecer a partir do que me destrói. E torcer pra não ir embora. Mais do que ser corajosa para partir, quero ser humana: quero (saber) ficar.