terça-feira, 5 de outubro de 2010

"Quem anda atrás/ de amor e paz/ não anda bem"

Quis te odiar, mas você não deixou. Me prometeu o pote de amor no fim do seu arco-íris psicodélico, cheio de fantasias e feitiços; me fez correr feito louca, tentando alcançar essa chegada. Esse final. Tentando te alcançar.

Quis te amar, mas você não deixou. Sempre escorregadio. Tão certeiro em cada flechada que me acertou cabeça e coração, me conquistando com sua cultura e com seu carinho. Como pode ser normal alguém que não sabe usar vírgulas me trapacear com palavras?

Em vez de amar, se armou. Se eu tento escrever você fala (bem), se eu tento dançar você toca (bem), se eu tento sair você chega (bem). Você é bom e eu sou boazinha demais.

No sertão sentimental que você me jogou, ainda disfarço tentando não me derreter com suas miragens de amor, com a doçura das suas palavras que se desmancham no ar antes de me tocarem os sentidos... e eu, curiosa que sou, me pego pensando: até onde ele vai?

Vá, querido. Saia do conforto do seu reinado e vá se aventurar nos desertos da alma, se perder em novos desafios. Te perdôo por me usar, por me subestimar e por não me querer conhecer em toda a minha infinitude pessoal e intransferível. Quanto a minha deusa, eu já não sei. Ela rodou a baiana avisando que vai querer uma oferenda magrela: você.





(Tem gente que entra na nossa vida pra ser amada. Outras, só pra se transformar em Literatura mesmo.)

Um comentário:

  1. É assim que a vida faz. Não é bela? Amanhã a gente descobre um novo amor, nem que seja desses made in china. Foi bom te conhecer, a gente há de se esbarrar em algum forró, pois essa é a minha especialidade, como você deve ter percebido!
    Um abraço, Marlon.

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