terça-feira, 19 de julho de 2011

SODADE

Que saudade de sentir saudade, Deus meu. Aquela saudade doída, de fechar os poros, de ferver o sangue, doença misturada de ansiedade e prazer masoquista, nostalgia e expectativas sangrentas. Saudade do beijo de saudade, do gosto que ela deixa nas tardes, do frio que ela vem dar do nada, espírito assombroso. Loucura que dá nos melhores, que venha ausente de possessividades, e doce como a chuva ácida das grandes cidades: saudade. Que quando vem insuportável, dá vontade de jogar fora, arrancar o peito. De se jogar em entregas e esperas. Megalomanizar uma coisa dentre tantas outras, esse é o papel da saudade, dar à vida uma grandeza doce de balão esvoaçante nos azuis e cinzas da memória. Saudade, essa doida, invenção humana, me diz se sou eu que tenho que te reescrever ou se ando é com saudade de mim. 

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