quarta-feira, 4 de julho de 2012


III (começo do fim)

O dia do foda-se é o dia da despedida.
 O dia de ser demitida. O dia de despedir minha paz.
 Dia de mandar embora – “em boa hora” – tudo que não cabe mais,
 Mas que eu esperava tanto que, livre da ação engordurante do tempo,
 Eu voltasse a ser menina pra vestir –
 “Esperança” é bonito, mas esperar é um saco.
 Vou me despir de você
 Porque minha poesia jamais ficaria nua na sua frente.
 Com você de frente ela é sempre um mar de rosas,
 Mas já experimentou levar caldo?
 Cansei do seu sal. Quero sem sal dessa vez.
 Água de cachoeira pra me lavar.
 (Mas não quero que seja doce,
 Que é pra eu não enjoar...)
 Seu garçom, caboclo-da-mata,
 Traz uma poesia sem par?

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